Shampoos e condicionadores sólidos são tão eficientes quanto os líquidos? Há benefícios além de ajudar o meio ambiente com menos embalagens?
Os shampoos em barra já foram voga quando ainda não existiam os líquidos, até o começo do século passado. Eles são eficientes para limpar, sim, talvez até mais. Porém, podem deixar a desejar em aspectos cosméticos, como dar maciez e brilho ao cabelo, serem suaves ao toque, ou de rápida absorção. Costumam ser mais pesados, deixando resíduos no couro cabeludo, sobretudo em quem tem cabelos crespos. Neste caso, seria importante complementar o seu uso com vinagre de maçã massageado à noite no couro cabeludo, pra preservar o brilho capilar.
Normalmente quando comparamos barra e líquido, os sabonetes e shampoos em barra costumam ter uma quantidade maior de tensoativos químicos (surfactantes com ação “detergente”), então são mais danosos que os líquidos, de modo geral. Porém, essa nova categoria de shampoo condicionante em barra vem com uma proposta “green”, de remover aqueles tensoativos ( lauril soltado de sódio e lauril sulfato de amônia) por ingredientes naturais e biodegradáveis. Vale a pena conferir o rótulo, pois se os ingredientes forem realmente naturais, vale a pena o investimento (tudo em nome do meio ambiente), mas se houver estas duas substâncias químicas, pode ser um engodo da indústria que quer se aproveitar da moda.
Quando se trata de óleos vegetais prensados a frio e com ingredientes biodegradáveis, os cabelos podem se beneficiar e o meio ambiente também. Mas se tiverem muita química, o consumidor pode estar levando gato por lebre.
Vale lembrar também que há enganos no mercado também quanto aos cosméticos veganos: muitos prometem não ter nem mesmo cera de abelha ou leite em sua composição, se dizendo absolutamente “cruelty free”, mas lançam mão de petrolados e/ou exploram o meio ambiente de outra forma em seu processo de fabricação.
E pior, muitas dessas empresas ludibriam o consumidor com falsos selos e certificações…
Em 2015, os apelos ambientais sustentados por certificações legítimas respondiam por apenas 15% das declarações e mensagens exibidas. Com novos modismos, mais empresas nada “green” apelam para comover o consumidor com embalagens que prometem algo verde e natural, e estes selos que muitas vezes não são reais_ o famoso “greenwashing”.
Fica o alerta para que o consumidor consuma de forma consciente, sobretudo porque muitos destes produtos são mais caros e desnecessários. Convém sempre verificar o rótulo e ver a composição química deles.
Para confirmar a veracidade de uma autodeclaração ambiental, entre em contato com o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da empresa (o e-mail ou telefone precisa estar informado no rótulo) e solicite provas concretas de tais afirmações.
- A quarentena está fazendo muita gente passar os dias de cara limpa, sem make ou produtos pesados para o rosto. Quais os benefícios de deixar a pele respirar por várias semanas?
Na verdade a cara limpa, sem maquiagem, é ótima para deixar a pele respirar sem acúmulo de resíduos em sua superfície. Maquiagem não mineral, sobretudo reaplicada em diferentes camadas, promove esse depósito de impurezas que, somadas às células mortas que emergem na superfície da pele, obstruem os poros, predispondo a inflamações e infecções, como a acne.
Para aqueles que querem relaxar e não aplicar nada na pele, sugiro um destes sabonetes 3 em um, que associam sabonete cremoso, máscara e esfoliante em um só produto, sem agredir. Já facilita o trabalho e não deixa de promover benefícios, mesmo após sua remoção.
Quer saber mais sobre estes assuntos?
Que tal conversar comigo? Estou a sua disposição!
Dra Ana Carolina Rocha
CRM-DF 52482
Médica, mestre, doutoranda (UFG) em preenchimentos