Sangue menstrual no rosto faz bem?

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Método que garante rejuvenescimento pode não ser indicado para a pele

Ainda que tratamentos faciais sejam um assunto sempre alvo de muito interesse, também são um tema bastante delicado. Sempre que surge um novo método, produto ou substância para a pele, especialmente os que prometem ações milagrosamente benéficas, é preciso ter cautela e atenção. O uso do sangue menstrual como máscara facial é um desses procedimentos que volta e meia dão o que falar, causando questionamentos e tensões. Afinal, será que ele realmente faz bem para a pele e para o rosto?

Sangue menstrual na pele faz bem?
Não existe nenhum estudo ou respaldo científico que comprove qualquer eficácia ou benefício do uso de sangue menstrual como máscara facial e tratamento para a pele. Conforme explica Kate Koetz, médica e dermatologista na clínica For All Group de São Paulo, apesar de não conter toxinas ou secreção, o sangue da menstruação não dispõe de nenhum componente benéfico que possa ser transferido para a pele.

Ainda que o fluido contenha nutrientes, estes podem ser pouquíssimos aproveitados no rosto. Apesar de ser livre de toxinas naturais, o sangue menstrual acaba sendo contaminado quando em contato com as bactérias da vagina, o que o torna não estéril. Mesmo com o uso de coletores menstruais, por exemplo, a chance de contaminação ainda é grande, visto que o sangue alojado em uma superfície ou recipiente pode promover o crescimento de bactérias.

Ana Carolina Rocha, médica palestrante internacional e doutoranda em preenchimento facial, afirma que o suposto tratamento com sangue menstrual pode deixar a desejar, tanto pelo odor e complexidade de execução, quanto, principalmente, pelos resultados. “As condições impróprias de manuseio e aplicação deste sangue, já altamente contaminado, tornam este tipo de aplicação algo sem padronização”, adiciona Ana Carolina.

Tratamento com plasma para o rosto
O campo da medicina regenerativa, que aproveita-se de fragmentos biológicos humanos com o intuito de regenerar e restabelecer funções, vem estudando o uso de plasma sanguíneo em tratamentos para o corpo. No cenário estético e dermatológico, o plasma é usado em terapias para a pele e no combate às rugas. No tratamento chamado de plasma rico em plaqueta (PRP), o sangue do próprio paciente é coletado. Porém, o uso do plasma sanguíneo não tem nada a ver com a aplicação de sangue menstrual na pele.

O sangue utilizado nestas terapias, por ser algo potencialmente contaminante, é somente manipulado em condições totalmente assépticas e com profissionais treinados para a coleta, centrifugação e aplicação, conforme as normas da Anvisa.

“Na dúvida, procure sempre seu médico, questione acerca dos estudos científicos do assunto, certifique-se que ele está atualizado no assunto e que pode lhe orientar adequadamente”, orienta a médica Ana Carolina Rocha.

Máscaras faciais caseiras
Mesmo que certas substâncias ou ingredientes naturais possam conter e apresentar propriedades que sugerem a possibilidade de beneficiar e ajudar a pele, o uso deles como máscaras faciais caseiras não é recomendado pelos dermatologistas. Isso porque a eficácia do componente pode variar de resultado de acordo com cada pele e organismo específico. A médica Dra. Ana Carolina ainda alerta sobre os perigos de fazer procedimentos e técnicas sem os devidos estudos preliminares ou a consulta de um especialista: “levar a cabo essas ideias pode não dar o resultado desejado e até mesmo gerar situações desastrosas”.

Na Mídia: Matéria retirada de Minha Vida

Escrito por Thaynara Moreira

Redação Minha Vida

Em 24/8/2020

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