Queda de cabelos continua sendo uma das queixas mais frequentes no consultório e na rede pública. Como tratar?
Embora muitos ofereçam “tratamento” pra queda de cabelo, o essencial é, antes de mais nada, diagnosticá-la adequadamente. Geralmente, quando estas terapias não funcionam, é justamente por falta em se endereçar a causa do problema.
Existem centenas de tipos de queda capilar (de ordem transitória) e dezenas de alopecias propriamente ditas. Existem as autoimunes, neurovegetativas, de ordem hormonal e genética, as de causa psiquiátrica, nutricional, e as puramente genéticas, além das pós-inflamatórias. Muitas destas ocorrem no decurso de uma infecção ou doença inflamatória crônica, e quando o paciente chega pra gente, já está em estado irreversível, com sequelas fibróticas de um processo cicatricial de reparo (por isso, são denominadas cicatriciais).
Além disso, ainda temos uma nova forma de alopecia, a fibrosante frontal, recentemente descoberta (1994) e de causa desconhecida. A tricologia tem avançado tanto, desde a ectoscopia da lesão por dermatoscópio, quanto na descoberta de novas condições clínicas, de overlapping (superposição) de diferentes tipos de queda, doenças subclínicas etc, que deve ser objeto frequente de estudo.
As técnicas mais adotadas para quedas não complexas são a combinação de microagulhamento, intradermoterapia (injeções no couro cabeludo, como na foto) e laser capilar (tecnologia de diodo associada a LED). Nos EUA e na maioria dos outros países, também se tratam cabelos com o PRP, que significa Plasma Rico em Plaquetas. O plasma é do sangue do próprio paciente, que é centrifugado. Este tratamento oferece, então, fatores de crescimento e células-tronco, podendo ser utilizado em qualquer tipo de queda capilar. Por outro lado, o Conselho Federal de Medicina ainda não reconhece este tratamento, e por isso, não o realizamos no Brasil.
Porém, com os mais diversos coquetéis que podemos lançar mão, podemos tratar a causa da queda de forma pontual, utilizando os medicamentos indicados para cada caso e misturados numa espécie de blend. Quanto ao microagulhamento, muitos temem a dor, mas podemos realizar um bloqueio anestésico em todo o couro cabeludo, tornando o procedimento absolutamente indolor.
Por dra Ana Carolina Rocha
Médica, autora, speaker GetFit4Life
Fellow of Texas Institute of Dermatology, Doutoranda (UFG) em preenchimentos
Mestre (UFG) em lúpus