Termo criado para explicar uma elevação cutânea em aspecto linear associada à superficialização ou excesso de preenchimento aplicado na pele. A boa nova é que a sua ocorrência é comum, pode ocorrer inclusive naturalmente, em pacientes sem preenchimento (por hipertrofia da porção malar do músculo orbicular do olho e/ou por edema crônico, quando presente na região infraocular, já conhecida por ser a região de mais baixa drenagem linfática do organismo). Na verdade, outras coisas pouco explicadas estão por trás deste aspecto “estufado” que algumas pessoas apresentam. E o tratamento é bem simples: temos um antídoto que dissolve o preenchedor e tudo fica bem. Mas vamos lá, entender o que se passa…
Quando se trata de preenchedor, a explicação nem sempre é a técnica: o ácido hialurônico, como ingrediente higroscópico (ele atrai água pra si), retém líquido, e há situações em que, mesmo que o médico aplique poucas gotinhas e não aplique formando literalmente um “túnel” de produto, em pessoas predispostas pelos fatores que já citei ou história de edema periocular sazonal, urticária e outras reações de hipersensibilidade tipo 1 (asmáticos, dermatite atópica…), a retenção hídrica do edema pode complicar, aumentando a higroscopia do produto. Nestes casos não adianta apenas o antídoto, é preciso lançar mão de antihistamínicos, corticóide, laser vermelho de baixa potência e drenagem linfática para melhorar a questão inflamatória que agravou tudo isso. Agora, quando o problema é constitucional, e ocorre por questão anatômica (como a hipertrofia muscular citada) ou por alergias sazonais, é importante o paciente se adaptar ao problema e lançar mão de drenagem linfática e laser para aliviar quando o edema deixar o aspecto desconfortável. Pessoas com edema malar (um edema crônico não exatamente abaixo do olho mas um pouco mais lateral, no ápice da maçã do rosto) também são propensas a este problema, seja por preenchimento ou se tiverem alergias e/ou hipertrofia do músculo orbicular associado. E são pessoas que precisam sempre ter um cuidado a mais com esta região, que evolui com muita flacidez (além do inchaço habitual) e, após os 60, com a flacidez muscular, cutânea, o edema e as bolsas de gordura, evoluem para um aspecto indesejável chamado festoon. Então tudo que puder ser feito para evitar essa evolução, melhor. Eu recomendo, em 1o lugar, a laserlipólise, que trata a gordura e a flacidez naturalmente; em segundo a laserescultura, que para este problema recomendo ao menos 2 sessões em um período de 1-2 anos, associada ao ultrassom microfocado. Melhorando a colagenização da região, melhoramos a estrutura muscular e cutânea, aliviando também o edema!
Você conhece alguém com esse problema e sabia que havia tratamento?
Dra Ana Carolina Rocha
CRM-DF 52482
Médica, mestre, doutoranda (UFG) em preenchimentos